quarta-feira, 31 de agosto de 2011

H&R chega para vender declaração de IR

A H&R Block conta com o crescente número de brasileiros que presta contas ao Leão para fazer crescer por aqui um serviço que já oferece a 25 milhões de pessoas físicas norte-americanas.

A empresa chegou em março por meio de uma joint venture com o grupo Semco. A meta é preparar a declaração do imposto de renda de pelo menos 25 mil brasileiros já em 2012. O foco não são altos executivos, mas a população em geral. O serviço vai custar entre R$ 100 e R$ 150. “O número de brasileiros que declaram imposto de renda cresceu bastante, assim como a complexidade, já que as pessoas compram carros e imóveis financiados em vários anos”, diz o diretor-presidente da H&R Block Brasil, Eduardo Wurzmann. Em 2010, 24 milhões de declarações foram feitas no país.

De olho nesse potencial, a H&R planeja vender seus serviços em shoppings e hipermercados, onde a companhia quer ter, em 2012, de cinco a dez lojas próprias. Presente também no Canadá e na Austrália, a H&R tem 13 mil pontos de venda somente nos Estados Unidos, mas a intenção não é importar esse modelo ao Brasil. Por aqui, a companhia quer fechar parcerias com empresas, que poderiam oferecer o serviço como um benefício ao funcionário.

Nesse sistema, a H&R trabalharia dentro da empresa, com uma equipe de contadores, no período de entrega das declarações. O investimento inicial da H&R no Brasil está previsto em R$ 5 milhões. “O negócio pode demandar mais capital e os acionistas estão preparados para isso”, diz Wurzmann, que comandou o o Ibmec Educacional e antes de presidir a H&R passou por um período sabático. Seu plano é liderar uma equipe de 200 pessoas já em 2012. Serão contadores e estudantes da área, a maioria trabalharia entre março e abril. Uma parte do grupo deve trabalhar o ano todo, prestando assessoria no caso de o cliente cair na malha fina. Em uma pesquisa de mercado, a H&R concluiu, segundo Wurzmann, que não há serviços semelhantes no Brasil. “As pessoas recorrem a um contador, a um amigo, ou fazem elas mesmas, muitas vezes com dificuldade porque não são versadas no assunto”.

O serviço para funcionários de empresas já é oferecido por algumas consultorias. A diferença é o público-alvo. A KPMG, por exemplo, já montou uma estrutura no Unibanco, por dois meses, para auxiliar altos executivos a fazer a declaração, principalmente expatriados. Patrícia Quintas, sócia da KPMG no Brasil, não descarta a possibilidade de oferecer o serviço a todos os funcionários de uma empresa, mas diz que o preço será superior ao da H&R: “O nosso investimento em tecnologia e em conhecimento é muito alto e o nível do trabalho entregue será outro. Assim, o nosso custo com certeza será mais alto do que o deles”.

Patrícia levanta um risco potencial do serviço oferecido pela H&R: que um funcionário responsabilize judicialmente a companhia em que trabalha por qualquer problema com a sua declaração. No serviço para executivos, a KPMG documenta todo o processo. Wurzmann afirma que a empresa parceira estará protegida.

“Certamente vai estar muito bem explicado no contrato que a relação é com a pessoa física e que é voluntária”, diz.

Fonte: Valor Econômico.

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