quarta-feira, 27 de março de 2013

Impostos são 1/3 do valor do ovo de Páscoa

Pesquisa aponta o peso dos tributos naqueles itens mais procurados no período festivo. Vinho é o mais afetado. Se colocarmos na ponta do lápis, os tradicionais ovos de páscoa dificilmente apresentarão uma boa relação custo/benefício, tendo em vista que seus preços costumam ser consideravelmente superiores ao que é cobrado normalmente nas barras de chocolate. Essa diferença pode ser explicada pela demanda que os itens possuem durante o período festivo, mas o que acaba pesando mesmo no bolso do consumidor são os impostos que recaem sobre os produtos e que representam até 32,25% do valor final. A informação é de uma pesquisa da empresa de consultoria e auditoria, BDO, que mostrou quanto os tradicionais produtos de Páscoa custam em impostos. Ainda de acordo com o estudo, o índice registrado nos ovos de chocolate - que representa quase um terço do valor do produto - só não é maior do que o dos vinhos, que foi de 47,25%. O bacalhau e o azeite também se destacaram negativamente, já que apresentaram, os dois, um percentual de 27,25% Recorde na arrecadação A pesquisa da BDO com os produtos da Páscoa é apenas mais uma forma de evidenciar a quantidade de impostos que paga o brasileiro. Para se ter uma ideia, somente no primeiro mês do ano, o governo recolheu R$ 116,066 bilhões em impostos e contribuições, com destaque para o pagamento dos tributos que incidiram sobre o lucro obtido pelas empresas no ano passado, sobretudo as instituições financeiras. O resultado significa um crescimento real de 6,6% em relação a janeiro do ano passado, quando a arrecadação tinha atingido uma marca histórica ao superar, pela primeira vez, os R$ 100 bilhões em um mês. "O resultado de janeiro é explicado pela maior arrecadação do IRPJ (Imposto de Renda da Pessoa Jurídica) e da CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido), com peso bastante relevante da antecipação do pagamento das parcelas do ajuste anual de 2012", explicou o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto. Lucro puxa O secretário comentou ainda que foi a arrecadação de tributos sobre o lucro, e não sobre a produção, que contribuiu para o volume recorde de janeiro. Ele destacou que tanto em dezembro de 2012, quanto no primeiro mês deste ano - se comparados a seus respectivos meses de anos anteriores -, houve queda da produção industrial no País. "A produção não teve relevância sobre esses tributos", afirmou. O aumento do valor em dólar das importações, que reflete nos tributos sobre produtos comprados no exterior, e a alta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para cigarros também reforçaram os números. Desonerações O resultado de janeiro só não foi melhor porque a arrecadação de muitos tributos registrou queda em relação ao mesmo mês do ano passado em função das desonerações promovidas pelo governo federal. Entre os benefícios estão as mudanças sobre a folha de salários, a diminuição do Iposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre automóveis, a redução a zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) que incide sobre os combustíveis, e o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para pessoas físicas.

Fonte: Diário do Nordeste.