quarta-feira, 28 de julho de 2010

Tributação dificulta geração de valor dos produtos

O diretor de tecnologia e transformação mineral do Ministério das Minas e Energia (MME), Fernando Lins, afirmou ontem que a estrutura tributária brasileira não incentiva a agregação de valor nos produtos básicos e que, por isso, o país acaba exportando empregos. Segundo ele, esta percepção ficou clara durante a elaboração do Plano Mineral 2030, que será apresentado pelo governo na segunda quinzena de agosto.

O diretor ressalta que a tributação incidente sobre a produção de minério de ferro, um produto básico, gira entre 18% e 20%, enquanto que sobre a siderúrgica esse porcentual sobe para 35% a 38%.

O plano elaborado pelo governo verificou ainda que para cada tonelada de minério de ferro produzida são gerados 100 empregos. Na siderurgia, para cada tonelada produzida são criados 2 mil empregos. Com base nessa percepção, o diretor lembra que o país, por ter exportado 282 milhões de toneladas de minério de ferro em 2009 e não processar esse produto no Brasil, acaba exportando 350 mil empregados para a indústria do aço de outros países.

O Plano Mineral 2030 apresentado pelo diretor mostra que essa distorção atual não deve se alterar no futuro. A previsão é de que a produção de aço alcance 103 milhões de toneladas em 2030, volume que demandaria algo em torno de 160 a 200 milhões de toneladas de minério de ferro para sua produção. Mas o estudo aponta que a produção de minério de ferro deve atingir a marca de 1 bilhão de toneladas no mesmo período.

Fonte: O Tempo.

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